Gaia
com Centro de Congressos e Cidade do Vinho
O debate, o 7º de uma série de 10 que se concluirão no fim do
corrente mês de Julho, tem por objetivo recolher contributos para a elaboração
de um compromisso eleitoral participativo que o candidato José Guilherme Aguiar
apresentará, a seu tempo, aos munícipes de Gaia. Isto mesmo referiu Nuno
Delerue, Presidente da Comissão Política da candidatura ao introduzir o debate,
anunciando que o modelo era o de um “think tank”, assumindo previamente a
garantia de que “em ordem a fomentar o máximo de liberdade possível não haveria
citações diretas de opiniões manifestadas pelos palestrantes, sendo, inclusive,
assegurado reserva de imagem se o pretendessem”.
Participaram como palestrantes, um “elenco de luxo”, constituído
por Pedro Karst Guimarães, José Manuel Vasquez Mosquera, Alexandre Almeida,
Ricardo Coimbra, Ana Paula Oliveira, Alfeu Sá Marques e Sidónio Pardal,
tendo-se verificado inúmeras outras intervenções da generalidade dos presentes,
o que resultou num debate vivo e com bastante controvérsia.
Atendendo à conjuntura económica “o investimento privado
desapareceu e o investimento público não vai existir”, por isso é “preciso
contrariar a estagnação e ser-se criativo para atrair investimento, inovação e
para que Gaia não fique para trás”. Gaia deve adoptar um novo paradigma de
gestão que assuma um papel activo na promoção do desenvolvimento económico e na
criação de emprego. Para tal, tem de desenvolver uma estratégia e um
posicionamento competitivo diferenciador que aumente a sua atratividade para a
população e para as empresas. O planeamento deve operacionalizar esta estratégia.
Assim, os palestrantes apresentaram projetos urbanísticos
criativos e estratégicos, de possível atuação da câmara municipal que incluíam
a “capitalidade de funções dentro do enorme centro, que atualmente não existe” equilibrando
a Área Metropolitana do Porto.
“Qualquer projeto que
seja sustentável não custa dinheiro”
É urgente a “atração para o centro histórico de museologia e
exposições, unidades e residências universitárias, empresas inovadoras e de
elevado valor acrescentado, livrarias e bibliotecas, provocando em Gaia o
efeito que a Ryanair teve no centro do Porto.
E porque o “urbanismo se faz com criatividade e programação”,
aliado a uma imagem mais ambiciosa, surgiram sugestões como a concretização de
“uma Cidade do Vinho, à semelhança de Bordéus, aproveitando a imagem do centro
histórico de Vila Nova de Gaia” e do desenvolvimento de um “Centro de Congressos
da área metropolitana do Porto”, evoluindo para o conceito de Multiusos e de
Parque de Exposições. Um Centro de Congressos “é uma âncora de muito
desenvolvimento”, uma vez que associa “um movimento brutal de milhares de
pessoas, com turismo, hotéis e outras sinergias”.
Outros projetos mais criativos ponderaram uma nova ponte “da
Igreja de São Francisco até ao Cais de Gaia”, pois o tabuleiro da atual Ponte
D. Luís é “exíguo para os peões” e muito beneficiaria o turismo, permitindo
também o movimento circular do trânsito. E porque “também sem mobilidade nada
funciona”, falou-se num “projeto para o elétrico histórico que passe na ponte
Dona Maria, vá ao novo Centro Intermodal de Gaia, desça para as Caves e sirva o
Centro de Congressos”.
O outro projecto fundamental desta estratégia é a Gaia Tecnopolis,
desde junto ao caminho-de-ferro (Valadares/Miramar), até á zona empresarial de
Avintes, que una Universidades, tecnologias e investigação às empresas de Gaia,
porque as empresas devem estar no ponto de maior acessibilidade e visibilidade”.
Gaia Tecnopolis será centrada na bifurcação da auto-estrada para a Arrábida e
Freixo, aproveitando o prolongamento da linha de metro até a Vila D´Este.
Foi também debatido que “Gaia até por causa do investimento
dos últimos anos gerou assimetrias. “Entre uma frente de mar ordenada e urbanizada
e uma zona de interior rural mais desordenada e onde praticamente só existem
estradas”. Nesse sentido, foi considerado fundamental o restabelecimento e
duplicação faseado de estradas antigas e auto-estradas, no sentido de
beneficiar a estrutura urbana de Gaia e de criar Transporte Colectivo em sítio
próprio, rápido, confortável e eficaz a percorrer grandes distâncias.
Deverá ser aproveitado o Cabedelo para atividades de lazer e
investigação ligadas ao Mar” e “alguns pontos da costa de rio muito ricos para
um parque aventura, ligado a lazer de fim-de-semana”. Os vales rurais e as
áreas florestais deverão, por sua vez, ser aproveitadas numa vertente de
criação de mais parques, combinando hortas e pomares comunitários, áreas de
passeio e lazer, e de desporto, tudo em benefício da paisagem e imagem de Gaia.
Sobre as limitações, os palestrantes foram unânimes que “é
essencial que a câmara municipal desloque muita da burocracia inútil, anulando-a
o quanto possível, para o campo em que esse trabalho se torne útil”, no serviço
direto à população, porque nem tudo “pode estar limitado por leis absolutamente
intransigentes”.
Para Guilherme Aguiar, “Gaia é uma cidade de futuro”, até porque
“qualquer projeto que seja sustentável não custa dinheiro”. A competitividade
foi um dos fatores essenciais que o candidato independente considerou
importante para o crescimento e desenvolvimento de Gaia “que todos gostamos já
hoje e vamos gostar ainda mais”, concluindo que “o atual Presidente da CMG e
candidato ao Porto diz pretender lutar por mais 50 mil habitantes, mas eu, como
futuro Presidente da CMG, vou-lhe fazer concorrência saudável competindo por
estes novos 50.000 habitantes.”.
O próximo debate subordinado ao tema “Mobilidade” realiza-se
na próxima 5ª feira, na sede de candidatura.
Sem comentários :
Enviar um comentário